Porque é que um sistema imunitário forte e eficiente é tão importante?
Porque do desempenho do mesmo depende a nossa vida.
Os diferentes tipos de células que compõem este sistema são como uma espécie de soldados que nos defendem contra vários tipos de agressores externos e que têm a capacidade de os reconhecer e neutralizar. Estas células respondem não só a agentes patogénicos (vírus, bactérias, fungos, etc.) como a células defeituosas, como é o caso das células cancerígenas. Isto é o que idealmente acontece, quando o nosso sistema imunitário funciona bem o seu papel é desempenhado de forma eficiente e aquilo que de alguma forma poderia ser uma ameaça à nossa saúde acaba por ser resolvido.
O problema é quando o nosso sistema imunitário é perturbado e deixa de ter a capacidade de funcionar de forma eficiente. Infelizmente vivemos em tempos em que o que não faltam são factores que de alguma forma, uns mais, outros menos, perturbam o normal funcionamento do nosso sistema imunitário. E não é difícil nomeá-los: poluentes ambientais, aditivos alimentares contidos em alimentos processados, agrotóxicos utilizados no cultivo e produção de frutas e legumes, substâncias químicas que fazem parte da composição de produtos de limpeza, higiene e cosmética, toma prolongada de fármacos, stresse emocional e psicológico, etc.
Difícil seria nomear alguém que nos dias de hoje não viva submetido a vários destes factores.
A Naturopatia baseia-se na premissa de que quando removemos aquilo que perturba o funcionamento do nosso organismo, e quando o tratamos oferecendo-lhe aquilo de que ele precisa para funcionar correctamente, ele consegue, por si mesmo, restabelecer o equilíbrio. A inteligência que é natural ao organismo humano socorre-se de vários e complexos mecanismos que visam sempre a busca de equilíbrio.
A visão da naturopatia atribui ao sistema imunitário uma importância extrema para a nossa saúde, já que do seu bom desempenho é decisivo na prevenção e desenvolvimento de tantas doenças que perturbam a nossa qualidade de vida.
Existem, portanto, vários aspectos que, sob o ponto de vista da naturopatia, devemos ter em conta se queremos manter um sistema imunitário forte e saudável.
Alimentação
A saúde e o desempenho de cada uma das nossas células depende directamente dos nutrientes que fornecemos ao nosso organismo através dos alimentos que ingerimos. Eu diria que uma das regras básicas no que toca à alimentação seria abolir ou evitar produtos processados que se encontram nas prateleiras dos supermercados, dentro de embalagens e rotulados com um prazo de validade muito alargado. É difícil estes produtos não conterem aditivos na sua composição, substâncias essas que não abonam nada a favor da nossa saúde.
Para além disso, muitas vezes estes produtos possuem quantidades generosas de açúcar, enganando o nosso corpo com uma ingestão de calorias vazias, ou seja, com uma fonte de energia que não traz consigo nutrientes essenciais a uma boa saúde.
Uma boa alimentação deve começar com a preferência por alimentos frescos, alimentos naturais, alimentos que saem da terra ou da árvore directa ou quase directamente para a sua cozinha.
Brócolos, couve-flor, couves de bruxelas, repolho, couve roxa, nabo, rabanete, entre outros, são elementos vegetais da família Brassicaceae que possuem características nutricionais que lhes conferem excelentes propriedades estimulantes do sistema imunitário.
O mesmo podemos dizer da cebola, alho e alho francês também devem sempre ser incluídos na dieta quando o objectivo é o de fortalecer o sistema imunitário.
As frutas também nos fornecem em geral uma boa quantidade de vitaminas e minerais que são essenciais ao bom desempenho do sistema imunitário.
Destaco: morangos, mirtilos, amoras, framboesas, cerejas, arandos e romã, todos estes frutos possuem elevado teor das vitaminas anti-oxidantes, A, C e E. Para além disso também são ricos em minerais como o cálcio, o magnésio e o potássio. A papaia e o ananás são também duas frutas com uma poderosa capacidade anti-inflamatória uma vez que contêm enzimas, a papaína e a bromelaína respectivamente, que lhes conferem essa propriedade.
Dos citrinos, conhecidos pelas quantidades generosas de vitamina C, destaco o limão porque tem um baixo índice glicémico e é rico em cálcio, magnésio e potássio. O kiwi também é uma excelente fonte de vitamina C (mais do que as laranjas).
Muito importante também são os alimentos probióticos. Estes são alimentos fermentados contendo bactérias que possuem uma acção benéfica no nosso tracto digestivo contribuindo para um reforço do nosso sistema imunitário. Existem vários alimentos probióticos, mas destaco aqui o miso (subproduto da soja que pode utilizar para fazer um caldo reconfortante), a kombucha (uma bebida preparada a partir de uma cultura de bactérias benéficas) e o chucrute (preparado a partir da couve repolho).
É muito interessante incluir estes alimentos na sua dieta, no entanto, os probióticos também podem ser consumidos em cápsulas, devendo ser aconselhado por um profissional sobre o probiótico que melhor se adequa ao seu caso.
Devido ao facto de os alimentos que consumimos hoje em dia carecerem da desejável densidade nutricional de possuíam há algumas décadas, e também ao facto de o meio em que vivemos hoje em dia ser desafiante ao ponto de aumentar a exigência de determinados nutrientes para que o nosso organismo, e em concreto o nosso sistema imunitário, possa funcionar de forma eficiente, é necessário muitas vezes recorrer à suplementação de determinados nutrientes essenciais a esse bom desempenho.
Para o reforço do sistema imunitário, são utilizadas em naturopatia algumas vitaminas importantes para o efeito, assim como alguns minerais, plantas medicinais e outras substâncias produzidas pela natureza, como o propólis.
Destaco o que considero mais importante:
Vitamina C:
A vitamina C possui uma acção imunomoduladora e melhora a reacção das células do sistema imunitário. Aumenta a capacidade oxidativa e de fagocitose dos neutrófilos e estimula a função e proliferação dos linfócitos, ajudando assim a combater qualquer infecção.
Vitamina D:
Tal como a vitamina C, a vitamina D possui também um importante papel imunomodulador no nosso organismo. Ela tem um papel fundamental de mobilização de células do sistema imunitário no combate a qualquer doença infecciosa.
Em Portugal apenas 3,6% da população apresenta níveis de vitamina D considerados normais (acima de 30 nanogramas por mililitro). A alimentação (peixes gordos, ovos, cogumelos, etc.) não nos dá mais do que 10% da quantidade de vitamina D de que o nosso corpo necessita. Os outros 90% advêm da exposição solar (raios UVB). Na maioria dos casos é importante fazer suplementação de vitamina D como medida complementar de reforço do sistema imunitário.
Zinco e selénio:
Ambos contribuem para um normal funcionamento do sistema imunitário.
Equinácea:
É uma planta medicinal com uma ação muito conhecida sobre o sistema imunitário, principamente no que respeita à prevenção e combate a infecções respiratórias. Pode ser usada em cápsulas (extrato seco), em suplementos na forma líquida ou a partir da própria planta seca para fazer infusões.
Gengibre:
Vários componentes do gengibre lhe conferem as propriedades de anti-inflamatório, antifúngico, antibacteriano e antioxidante. Pode ser consumido fresco e utilizado como condimento nos cozinhados, como legumes salteados ou no forno, em sumos e batidos ou em infusões.
️Propólis:
O Propolis é uma substância natural recolhida pelas abelhas nas flores e árvores. Fazem parte da sua composição resina de árvores, óleos essenciais, ceras e bioflavonóides. Possui propriedades antissépticas naturais, está recomendado em casos de infecção e/ou inflamação tais como: gripes e constipações, faringites, amigdalites, laringite, tosse e bronquite.
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Autora:
Diana Patrício, Naturopata e Homeopata